Um mar bravio e um litoral aparentemente inóspito não impediram as gentes de Vila do Bispo de encontrar nos recursos marinhos um importante complemento alimentar e económico para a sua subsistência. Estes recursos são explorados, desde tempos imemoriais, quer mariscando (“fazendo a maré”), quer pescando à linha, sem o auxílio de embarcações.
O perceve é o ex-líbris da freguesia, de tal modo relevante para a economia local que, num passado ainda recente, existiu em Vila do Bispo a única lota de perceves do país. Ainda hoje uma pequena comunidade de marisqueiros profissionais teima em fazer da sua apanha uma actividade quase exclusiva.
Navalheiras, lapas, mexilhões são outras espécies de marisco muito procuradas tanto para consumo próprio como ainda para enriquecer a ementa dos restaurantes locais. O marisqueio pode ser completado com polvos apanhados nas poças da baixa-mar.
Outra forma tradicional de aproveitar os recursos de uma orla costeira agreste, mas generosa para quem a conhece e sabe lidar com ela, consiste em pescar à linha: sargos, robalos, anchovas, liças e moreias contam entre os peixes mais capturados, em belos pesqueiros, alguns escondidos, de acesso difícil ou até arriscado.